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Foto do escritorGisele S. Corrêa

Entendendo o Autismo: Critérios Diagnósticos e Exemplos Cotidianos

O autismo é um transtorno neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, o comportamento e as interações sociais de uma pessoa. Para diagnosticar o autismo, os profissionais de saúde usam critérios específicos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Vamos explorar esses critérios e fornecer exemplos do dia a dia para melhor compreensão.


### 1. Deficiências persistentes na comunicação e na interação social


- **Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa**: Uma pessoa com autismo pode ter dificuldade em iniciar uma conversa com um estranho ou manter um diálogo em andamento, muitas vezes parecendo desinteressada ou incapaz de entender as sutilezas da comunicação social.

*Exemplo*: João, um adolescente com autismo, evita fazer contato visual e não responde quando alguém tenta conversar com ele, parecendo estar absorto em seus próprios pensamentos.


- **Padrões de comunicação repetitivos ou estereotipados**: Isso pode incluir repetir frases ou palavras sem contexto apropriado, usar linguagem muito formal ou literal, ou focar em tópicos específicos de interesse, sem considerar o interesse do interlocutor.


*Exemplo*: Maria tem autismo e costuma repetir frases de filmes que gosta, mesmo que não se apliquem à situação atual, dificultando a compreensão do que ela realmente quer comunicar.


- **Dificuldade em compreender as emoções dos outros**: Indivíduos autistas podem ter dificuldade em interpretar expressões faciais, tom de voz e gestos corporais, o que pode levar a mal-entendidos e problemas de interação social.


*Exemplo*: Quando Ana está triste, seu irmão, que é autista, não consegue perceber seus sinais emocionais e continua agindo como se nada estivesse errado.


 

### 2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades


- **Adesão inflexível a rotinas ou rituais**: Muitas pessoas com autismo preferem seguir uma rotina estrita e podem se tornar angustiadas ou ansiosas se houver mudanças inesperadas.


*Exemplo*: Carlos gosta de assistir ao seu programa de TV favorito todos os dias às 18h, e fica perturbado se algo interfere nessa rotina, como um convite para sair com amigos.


- **Interesses restritos e intensos**: Indivíduos autistas podem se concentrar profundamente em um assunto específico, muitas vezes a ponto de excluírem outros interesses ou atividades.


*Exemplo*: Luísa é fascinada por trens e passa horas estudando horários, rotas e tipos diferentes de locomotivas, mas não se interessa por nenhum outro hobby.


- **Comportamentos motores estereotipados**: Isso pode incluir movimentos repetitivos, como balançar o corpo, torcer as mãos ou andar em círculos, que são realizados sem um propósito óbvio.


*Exemplo*: Pedro balança as mãos quando está ansioso ou excitado, um comportamento que seus colegas de classe acham estranho e não entendem.


 

### 3. Sintomas que estejam presentes no início do desenvolvimento


- **Sinais precoces de autismo**: Alguns sinais de alerta podem ser observados nos primeiros meses ou anos de vida, como a falta de contato visual, atrasos na fala ou ausência de gestos comunicativos, como acenar ou apontar.


*Exemplo*: Miguel, com apenas 18 meses de idade, não responde quando chamado pelo nome e não demonstra interesse em brinquedos interativos, preocupando seus pais.


- **Persistência dos sintomas ao longo do tempo**: Para ser diagnosticado com autismo, os sintomas devem estar presentes desde a infância e continuar a impactar significativamente o funcionamento da pessoa ao longo da vida.


*Exemplo*: Camila, diagnosticada com autismo aos 5 anos de idade, ainda enfrenta desafios de comunicação e interação social na adolescência, mesmo com intervenções e apoio adequados.


Os critérios diagnósticos do autismo são fundamentais para identificar e compreender as necessidades das pessoas afetadas por esse transtorno. Ao reconhecer os sinais e sintomas descritos no DSM-5 e observar exemplos do dia a dia, podemos aumentar a conscientização e promover uma melhor compreensão e aceitação das pessoas autistas em nossa sociedade.

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